Autores tentam evitar rejeição ao segundo casal gay de Babilônia


Apontado como pivô do boicote contra Babilônia, o casal de lésbicas formado por Teresa (Fernanda Montenegro) e Estela (Nathália Timberg) sofre uma espécie de censura branca na novela.
Os contatos físicos — incluindo os discretos beijos na boca — foram eliminados na reedição dos capítulos. A cerimônia de casamento das duas senhoras não teve sequer um selinho. A ordem veio da cúpula da Globo, com o objetivo de evitar mais polêmica.
Agora os autores e diretores do folhetim têm novo desafio: desenvolver a segunda trama gay de Babilônia sem provocar a fúria dos conservadores nem afetar a recuperação da audiência iniciada nos últimos dias.
O instrutor de saltos ornamentais Carlos Alberto (Marcos Pasquim) e o professor de slackline Ivan (Marcello Melo Jr.) se apaixonarão. Um romance que será marcado pelo drama.
Na tentativa de evitar que os personagens sejam rejeitados, os autores vão pesar a mão no sofrimento que será compartilhado por ambos. Assim, esperam que a maior parte dos telespectadores se compadeça do casal homoafetivo.
Para ficar juntos, os dois precisarão enfrentar a homofobia manifestada por pessoas próximas. A começar de Fred (Filipe Ribeiro), filho de Carlos. Um dos passatempos do pitboy é pratica bullying contra Ivan, gay assumido.
A situação ficará tensa quando o rapaz descobrir que o homossexual que ele tanto despreza foi o responsável por fazer seu pai sair do armário. Fred se mostrará duplamente revoltado. E Carlos vai se dividir entre o amor por Ivan e a relação conflituosa com o filho homofóbico.
A sinopse previa beijos na boca entre os personagens de Pasquim e Mello. Em razão do levante contra a temática gay de Babilônia, é improvável que isso se concretize. O segundo casal homo da novela deve ter uma interação assexuada.
Resta descobrir se esse comportamento discreto — enrustido, reclamariam os críticos — fará o público aceitar tranquilamente a paixão entre Carlos e Ivan.
Fonte: Terra
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