Veja o que pode mudar no Brasil com Donald Trump eleito presidente dos EUA



De forma inesperada, o bilionário Donald Trump venceu Hillary Clinton e será o novo presidente dos Estados Unidos. As pesquisas mostravam Hillary como a vitoriosa, mas Trump conquistou vários Estados, onde os resultados eram imprevisíveis - podiam favorecer tanto um quanto o outro partido -, como Flórida, Ohio e Carolina do Norte. Até agora, o magnata falou de forma vaga – e um pouco contraditória – sobre suas propostas. Alguns de seus planos, como a construção de um muro na fronteira com o México e a expulsão de todos os imigrantes ilegais do país, já receberam críticas de seus adversários e da população americana. Outras promessas causaram discórdia dentro do próprio Partido. Veja:

1. Imigração

O assunto da imigração é a grande fonte de declarações absurdas de Donald Trump. Durante sua campanha para a Casa Branca, o republicano afirmou que pretende construir um muro na fronteira com o México para conter a imigração ilegal – o que deveria ser bancado pelo governo vizinho. Caso os mexicanos se recusem a construir o muro, diz o bilionário, haverá bloqueio dos dólares enviados pelos imigrantes que vivem nos EUA às suas famílias. Não satisfeito, Trump disse que pretende expulsar os 11 milhões de imigrantes ilegais do país, além de proibir a entrada de muçulmanos para se proteger contra o terrorismo.

2. Armas

Trump é contra às políticas de controle de armas. Após o atentado terrorista de Paris, em novembro do ano passado, o magnata chegou a afirmar que menos pessoas teriam sido mortas se as leis de controle de armas francesas fossem menos rigorosas e se os civis pudessem revidar com tiros. "Teria sido uma situação muito, muito diferente", disse Trump.

3. Aborto

Todos os candidatos republicanos que concorreram nas primárias deste ano, inclusive Donald Trump, se opõem à legalização do aborto. Durante uma entrevista para uma emissora americana em março, o republicano afirmou que, em um cenário hipotético no qual os abortos forem transformados em ilegais nos Estados Unidos, as mulheres deveriam ser punidas por interromper sua gravidez.

4. Comércio

Quanto as políticas econômicas, existem algumas diferenças cruciais entre Donald Trump e o restante do Partido Republicano. Trump é contra o acordo comercial que Barack Obama está negociando no Pacífico, onde pretende dar fim as tarifas comerciais para reduzir o custo de importação e exportação e ajudar a tornar as empresas americanas mais competitivas no exterior. O bilionário alega que o acordo vai colocar os fabricantes americanos em desvantagem. Ele também acredita que o Japão tem manipulado o preço do iene para ajudar os exportadores locais. Em geral, políticos republicanos concordam com Obama sobre a importância do comércio livre e expandido, mas Trump poderia dificultar a concretização desse acordo.

5. Impostos

Seus planos são de reduzir os impostos pagos tanto pela classe mais rica, quanto pelos pobres. Uma característica notável do seu plano é que os contribuintes individuais com renda inferior a 25.000 dólares anuais estarão isentos de pagar qualquer imposto de renda.

6. Previdência Social

Trump também difere dos republicanos em outra questão: previdência social. Os políticos de seu partido têm procurado privatizar parcialmente o programa ou reduzir os benefícios, argumentando que são financeiramente insustentáveis. Trump, no entanto, diz que pretende defender a manutenção do plano atual. "Eu farei tudo ao meu alcance para não mexer na Previdência Social, para deixá-la do jeito que está", disse ele em um debate em março, em Miami.

7. Política Externa

Em entrevista ao The Washington Post, Trump questionou as alianças dos EUA com nações ao redor do mundo, afirmando que elas têm custado muito caro e que seus benefícios são incertos. Ele disse, que a Arábia Saudita deveria receber menos ajuda financeira dos Estados Unidos. Trump também acredita que os Estados Unidos devem reduzir os seus compromissos financeiros com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). "A OTAN está nos custando uma fortuna, e sim, estamos protegendo a Europa com a OTAN, mas estamos gastando um monte de dinheiro", disse.

O que pode mudar no Brasil com Donald Trump eleito? 

Economia e comércio

O Partido Republicano, de Trump, defende o livre comércio e é contra medidas protecionistas que ajudam empresas americanas a competir com estrangeiras.Mas Trump inverteu essa lógica ao propor renegociar os acordos comerciais firmados pelos EUA para preservar empregos no país e reduzir o déficit americano nas transações com o resto do mundo.

Se o empresário colocar essas ações em prática, o Brasil poderia ser prejudicado.

A professora de Relações Internacionais da ESPM Denilde Holzhacker afirma que as consequências seriam imediatas e negativas, e causariam o que muitos economistas estão chamado de "efeito Trump". "Como ele fez propostas muito amplas e populistas, o efeito econômico dessas medidas podem ter impacto grande e gerar um caos na economia - principalmente porque ele é contrário ao livre comércio, se mostrou protecionista."

Vistos

Grande tema de interesse dos brasileiros é a facilidade para obter vistos americanos. Trump fez poucas menções ao sistema de concessão de vistos do país.

Hoje, Brasil e EUA negociam a adesão brasileira a um programa que reduziria a burocracia para viajantes frequentes brasileiros, como executivos. A eliminação dos vistos, porém, ainda parece distante.

Para que a isenção possa ser negociada, precisaria haver uma redução no índice de vistos rejeitados em consulados americanos no Brasil, uma exigência da legislação dos EUA.

Relação com o Brasil

Em 2015, Trump citou o Brasil ao listar países que, segundo ele, tiram vantagem dos EUA através de práticas comerciais que ele considera injustas. A balança comercial entre os dois países, porém, é favorável aos EUA.

Como empresário, Trump é sócio de um hotel no Rio de Janeiro e licenciou sua marca para ser usada por um complexo de edifícios na zona portuária da cidade. Anunciada em 2012, a obra ainda nem começou.

Para a professora de Relações Internacionais da Unifesp Cristina Pecequilo, como Trump não falou nada sobre o país e se distanciou de temas ligados à América Latina, não deve haver muitas mudanças para os brasileiros. No entanto, diferentemente de Hillary, o republicano tem o elemento de imprevisibilidade.

"A situação do governo Hillary para  o Brasil teria sido mais tranquila porque era mais previsível por qual caminho ela iria. Seria a continuidade do governo Obama, de uma dimensão política que tem o reconhecimento do Brasil como relevante, sem muitas mudanças."

Pecequilo afirma que o país deve perder relevância na visão dos Estados Unidos dado o conturbado cenário interno.

"Eles estão com tanto problema dentro de casa, que o Brasil não é uma preocupação."

Especialistas dizem que os laços entre os dois países dependem em grande medida da química entre seus líderes, independentemente de seus partidos ou ideologias.

Seguindo as tradições políticas bastante distintas, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2011) e George W. Bush (2001-2009) tinham uma relação tão boa quanto a mantida entre FHC (1995-2002) e Bill Clinton (1993-2001), que tinham maior afinidade ideológica.

Já a relação entre Obama e Dilma nunca foi tão próxima e sofreu com a revelação de que o governo americano havia espionado a presidente brasileira.

Do lado brasileiro, há interesse em se aproximar mais dos EUA, vença quem vencer. Em entrevista à BBC Brasil em julho, o embaixador brasileiro em Washington, Sérgio Amaral, disse que o governo Temer investiria nas relações com as cinco principais potências globais (EUA, China, Rússia, França e Reino Unido).

Agora é esperar pra ver!

Fontes: Uol e Veja
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